Dúvida em técnicas de curativos!
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Dúvida em técnicas de curativos!
Boa noite pessoal.
Eu ainda tenho muitas dúvidas sobre a técnica de curativos em si. Ainda tenho dificuldade de manusear o par de ferro e a luva estéril, e sempre me confundo quando o curativo é limpo ou sujo e o modo de fazer a limpeza. Alguém pode me ajudar?
Eu ainda tenho muitas dúvidas sobre a técnica de curativos em si. Ainda tenho dificuldade de manusear o par de ferro e a luva estéril, e sempre me confundo quando o curativo é limpo ou sujo e o modo de fazer a limpeza. Alguém pode me ajudar?
M.Eduarda- Novato
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Reputação : 50
Data de inscrição : 09/12/2016
Re: Dúvida em técnicas de curativos!
Boa noite Eduarda!
O manuseio do instrumental de curativo é bem simples. A técnica é de evitar que contamine o centro do instrumental, e saber pegar de um modo correto para que consiga segurar a gaze sem cair. Eu acho muito mais fácil o par de ferro do que a luva estéril, pois você tem as mãos livres para trabalhar com outros intens durante o curativo, e a luva estéril não.
Fiz uma imagem mostrando o esquema de como utilizar o instrumental, espero que consiga entender a forma que demonstro!
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Durante a execução do curativo, as pinças devem estar com as pontas para baixo em um campo estéril, prevenindo a contaminação; deve-se usar cada gaze uma só vez e evitar conversar durante o procedimento técnico.
Os procedimentos para realização do curativo, devem ser estabelecidos de acordo com a função do curativo e o grau de contaminação do local.
Deve ser feita uma limpeza da pele adjacente à ferida, utilizando uma solução que contenha sabão, para desengordurar a área, o que removerá alguns patógenos e vai também melhorar a fixação do curativo à pele. A limpeza deve ser feita da área menos contaminada para a área mais contaminada, evitando-se movimentos de vai e vem. Nas feridas cirúrgicas, a área mais contaminada é a pele localizada ao redor da ferida, enquanto que nas feridas infectadas a área mais contaminada é a do interior da ferida.
Deve-se remover as crostas e os detritos com cuidado; lavar a ferida com soro fisiológico em jato, ou com PVPI aquoso (em feridas infectadas, quando houver sujidade e no local de inserção dos cateteres centrais); por fim fixar o curativo com atadura ou esparadrapo.
Em certos locais o esparadrapo não deve ser utilizado, devido à motilidade (articulações), presença de pêlos (couro cabeludo) ou secreções. Nesses locais deve-se utilizar ataduras. Esta vede ser colocada de maneira que não afrouxe nem comprima em demasia. O enfaixamento dos membros deve iniciar-se da região distal para a proximal e não deve trazer nenhum tipo de desconforto ao paciente.
O micropore deve ser inicialmente colocado sobre o centro do curativo e, então, pressionando suavemente para baixo em ambas as direções. Com isso evita-se o tracionamento excessivo da pele e futuras lesões.
O esparadrapo deve ser fixado sobre uma área limpa, isenta de pêlos, desengordurada e seca; deve-se pincelar a pele com tintura de benjoim antes de colocar o esparadrapo. As bordas do esparadrapo devem ultrapassar a borda livre do curativo em 3 a 5 cm; a aderência do curativo à pele deve ser completa e sem dobras. Nas articulações o esparadrapo deve ser colocado em ângulos retos, em direção ao movimento.
Obedecendo as características acima descritas, existem os seguintes tipos de curativos padronizados:
CURATIVO LIMPO
A) Ferida limpa e fechada, limpar primeiramente de dentro para fora!
a) o curativo limpo e seco deve ser mantido oclusivo por 24 horas.
b) após este período, a incisão pode ser exposta e lavada com água e sabão.
c) utilizar PVP-I tópico somente para ablação dos pontos.
CURATIVO COM DRENO
a) O curativo do dreno deve ser realizado separado do da incisão e o primeiro a ser realizado será sempre o do local menos contaminado.
b) O curativo com drenos deve ser mantido limpo e seco. Isto significa que o número de trocas está diretamente relacionado com a quantidade de drenagem.
c) Se houver incisão limpa e fechada, o curativo deve ser mantido oclusivo por 24 horas e após este período poderá permanecer exposta e lavada com água e sabão.
d) Sistemas de drenagem aberta (p.e. penrose ou tubulares), devem ser mantidos ocluídos com bolsa estéril ou com gaze estéril por 72 horas. Após este período, a manutenção da bolsa estéril fica a critério médico.
e) Alfinetes não são indicados como meio de evitar mobilização dos drenos penrose, pois
enferrujam facilmente e propiciam a colonização do local.
f) A mobilização do dreno fica a critério médico.
g) Os drenos de sistema aberto devem ser protegidos durante o banho.
CURATIVO CONTAMINADO
Estas normas são para feridas infectadas e feridas abertas ou com perda de substância, com ou sem infecção. Por estarem abertas, estas lesões são altamente susceptíveis à contaminação exógena.
a) O curativo deve ser oclusivo e mantido limpo e seco, sempre começando de fora para dentro (por ser menos contaminado do que a região interna da ferida)
b) O número de trocas do curativo está diretamente relacionado à quantidade de drenagem, devendo ser trocado sempre que úmido para evitar colonização.
c) O curativo deve ser protegido durante o banho.
d) A limpeza da ferida deve ser mecânica com solução fisiológica estéril.
e) A anti-sepsia deve ser realizada com PVP-I tópico.
f) As soluções anti-sépticas degermantes são contra-indicadas em feridas abertas, pois os tensoativos afetam a permeabilidade das membranas celulares, produzem hemólise e são absorvidos pelas proteínas, interferindo prejudicialmente no processo cicatricial.
e) Gaze vaselinada estéril é recomendada nos casos em que há necessidade de prevenir aderência nos tecidos.
f) Em feridas com drenagem purulenta deve ser coletada cultura semanal (swab), para monitorização microbiológica.
espero ter ajudado!
O manuseio do instrumental de curativo é bem simples. A técnica é de evitar que contamine o centro do instrumental, e saber pegar de um modo correto para que consiga segurar a gaze sem cair. Eu acho muito mais fácil o par de ferro do que a luva estéril, pois você tem as mãos livres para trabalhar com outros intens durante o curativo, e a luva estéril não.
Fiz uma imagem mostrando o esquema de como utilizar o instrumental, espero que consiga entender a forma que demonstro!
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Durante a execução do curativo, as pinças devem estar com as pontas para baixo em um campo estéril, prevenindo a contaminação; deve-se usar cada gaze uma só vez e evitar conversar durante o procedimento técnico.
Os procedimentos para realização do curativo, devem ser estabelecidos de acordo com a função do curativo e o grau de contaminação do local.
Deve ser feita uma limpeza da pele adjacente à ferida, utilizando uma solução que contenha sabão, para desengordurar a área, o que removerá alguns patógenos e vai também melhorar a fixação do curativo à pele. A limpeza deve ser feita da área menos contaminada para a área mais contaminada, evitando-se movimentos de vai e vem. Nas feridas cirúrgicas, a área mais contaminada é a pele localizada ao redor da ferida, enquanto que nas feridas infectadas a área mais contaminada é a do interior da ferida.
Deve-se remover as crostas e os detritos com cuidado; lavar a ferida com soro fisiológico em jato, ou com PVPI aquoso (em feridas infectadas, quando houver sujidade e no local de inserção dos cateteres centrais); por fim fixar o curativo com atadura ou esparadrapo.
Em certos locais o esparadrapo não deve ser utilizado, devido à motilidade (articulações), presença de pêlos (couro cabeludo) ou secreções. Nesses locais deve-se utilizar ataduras. Esta vede ser colocada de maneira que não afrouxe nem comprima em demasia. O enfaixamento dos membros deve iniciar-se da região distal para a proximal e não deve trazer nenhum tipo de desconforto ao paciente.
O micropore deve ser inicialmente colocado sobre o centro do curativo e, então, pressionando suavemente para baixo em ambas as direções. Com isso evita-se o tracionamento excessivo da pele e futuras lesões.
O esparadrapo deve ser fixado sobre uma área limpa, isenta de pêlos, desengordurada e seca; deve-se pincelar a pele com tintura de benjoim antes de colocar o esparadrapo. As bordas do esparadrapo devem ultrapassar a borda livre do curativo em 3 a 5 cm; a aderência do curativo à pele deve ser completa e sem dobras. Nas articulações o esparadrapo deve ser colocado em ângulos retos, em direção ao movimento.
Obedecendo as características acima descritas, existem os seguintes tipos de curativos padronizados:
CURATIVO LIMPO
A) Ferida limpa e fechada, limpar primeiramente de dentro para fora!
a) o curativo limpo e seco deve ser mantido oclusivo por 24 horas.
b) após este período, a incisão pode ser exposta e lavada com água e sabão.
c) utilizar PVP-I tópico somente para ablação dos pontos.
CURATIVO COM DRENO
a) O curativo do dreno deve ser realizado separado do da incisão e o primeiro a ser realizado será sempre o do local menos contaminado.
b) O curativo com drenos deve ser mantido limpo e seco. Isto significa que o número de trocas está diretamente relacionado com a quantidade de drenagem.
c) Se houver incisão limpa e fechada, o curativo deve ser mantido oclusivo por 24 horas e após este período poderá permanecer exposta e lavada com água e sabão.
d) Sistemas de drenagem aberta (p.e. penrose ou tubulares), devem ser mantidos ocluídos com bolsa estéril ou com gaze estéril por 72 horas. Após este período, a manutenção da bolsa estéril fica a critério médico.
e) Alfinetes não são indicados como meio de evitar mobilização dos drenos penrose, pois
enferrujam facilmente e propiciam a colonização do local.
f) A mobilização do dreno fica a critério médico.
g) Os drenos de sistema aberto devem ser protegidos durante o banho.
CURATIVO CONTAMINADO
Estas normas são para feridas infectadas e feridas abertas ou com perda de substância, com ou sem infecção. Por estarem abertas, estas lesões são altamente susceptíveis à contaminação exógena.
a) O curativo deve ser oclusivo e mantido limpo e seco, sempre começando de fora para dentro (por ser menos contaminado do que a região interna da ferida)
b) O número de trocas do curativo está diretamente relacionado à quantidade de drenagem, devendo ser trocado sempre que úmido para evitar colonização.
c) O curativo deve ser protegido durante o banho.
d) A limpeza da ferida deve ser mecânica com solução fisiológica estéril.
e) A anti-sepsia deve ser realizada com PVP-I tópico.
f) As soluções anti-sépticas degermantes são contra-indicadas em feridas abertas, pois os tensoativos afetam a permeabilidade das membranas celulares, produzem hemólise e são absorvidos pelas proteínas, interferindo prejudicialmente no processo cicatricial.
e) Gaze vaselinada estéril é recomendada nos casos em que há necessidade de prevenir aderência nos tecidos.
f) Em feridas com drenagem purulenta deve ser coletada cultura semanal (swab), para monitorização microbiológica.
espero ter ajudado!
Tony Silva- Moderador
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